A sensação é de desorientação.
O toque que antes arrepiava agora é neutro. O beijo que incendiava, agora morno. Na menopausa, o corpo parece falar uma língua sensorial diferente, e a falta de aviso sobre essa mudança gera solidão e perplexidade. Não é que o prazer acabou; é que as coordenadas para encontrá-lo se realocaram.
A queda dos hormônios, principalmente do estrogênio, altera a fisiologia da pele (reduzindo colágeno e vascularização) e a eficiência das terminações nervosas. Mas o impacto vai mais fundo: o cérebro, um órgão repleto de receptores de estrogênio, passa por uma reorganização. As áreas que processam o toque e o prazer literalmente se reconectam. Isso não é uma falha, mas uma adaptação. O sistema operacional foi atualizado, mas ninguém te deu o novo manual.
Imagine que você usa o mesmo app de trânsito há anos. De repente, ele para de funcionar porque a cidade toda foi reformulada – ruas foram fechadas, pontes novas surgiram, os sentidos das vias mudaram. Você não esqueceu como dirigir, mas o mapa antigo não é mais útil. Na pós-menopausa, seu corpo é a cidade reformulada. Você precisa de um app atualizado que reconheça as novas rotas do prazer.
A reaprendizagem é ativa e curiosa:
Referências citadas:
Dra. Lisa Mosconi, em seu trabalho no Weill Cornell Medicine
Dr. Jen Gunter, em “The Menopause Manifesto”
Especialista em neuroplasticidade aplicada ao corpo feminino, com mais de uma década de estudo e prática clínica, Cristiana criou uma abordagem que integra saúde hormonal, escuta somática e vitalidade sensorial.
Especialista em neuroplasticidade aplicada ao corpo feminino, com mais de uma década de estudo e prática clínica, Cristiana criou uma abordagem que integra saúde hormonal, escuta somática e vitalidade sensorial.