A frase “eu não sinto mais nada” é um lamento comum na peri e pós menopausa. Mas a premissa está errada. O problema não é a incapacidade de sentir, mas a falta de um novo manual de instruções para um corpo que mudou.
Desde cedo, aprendemos um “manual” de prazer baseado em respostas hormonais de uma mulher mais jovem. Na menopausa, esse manual fica obsoleto. As antigas fórmulas – o toque rápido aqui, o beijo acolá – podem não funcionar mais. A frustração surge quando insistimos em seguir um guia que não corresponde mais à nossa realidade física.
O cérebro mantém sua capacidade de aprender e se adaptar. Se os caminhos neurais antigos estão mais fracos, novos podem ser construídos. Isso não é negar a biologia, é trabalhar com ela. Significa reaprender a sentir, explorando:
É como ter um smartphone novíssimo mas tentar usar um aplicativo feito para uma versão antiga do sistema operacional. O aplicativo trava porque não é compatível. A solução não é achar que o celular é ruim, mas atualizar o aplicativo ou baixar um novo. Na menopausa, precisamos atualizar nosso “aplicativo” do prazer.
Chamar essa experiência de descompasso sensorial ou de necessidade de um novo mapa tira o peso da culpa das costas da mulher. Ela para de se perguntar “o que há de errado comigo?” e começa a se perguntar “o que meu corpo precisa agora?”.
Referências citadas:
Dra. Lisa Mosconi, em seu trabalho no Weill Cornell Medicine
Dr. Jen Gunter, em “The Menopause Manifesto”
Especialista em neuroplasticidade aplicada ao corpo feminino, com mais de uma década de estudo e prática clínica, Cristiana criou uma abordagem que integra saúde hormonal, escuta somática e vitalidade sensorial.
Especialista em neuroplasticidade aplicada ao corpo feminino, com mais de uma década de estudo e prática clínica, Cristiana criou uma abordagem que integra saúde hormonal, escuta somática e vitalidade sensorial.