Libido, desejo e prazer: o que cada um significa (e por que importa saber)

Na conversa sobre climatério, menopausa e maturidade (pós-menopausa), é comum ouvir os termos libido, desejo e prazer como se fossem sinônimos. Não são. E entender a diferença é fundamental para clarear o que realmente mudou — e como se pode viver essa mudança de forma mais consciente.

Libido: um estado vital
Antes de tudo, a libido é um estado. É pulsação de vida. Um estado que atravessa o corpo e a mente, e que é modulado por hormônios, pelo sono, pela saúde, pelo ambiente em que se vive — e também por fatores socioculturais.
Esse estado não desaparece. Ele muda. Pode se apresentar de formas diferentes ao longo da vida, mas está sempre presente, como uma corrente elétrica de fundo: às vezes mais forte, às vezes mais sutil, mas sempre ali.

Desejo: a direção do querer
O desejo é a vontade de se envolver. Ele pode ser espontâneo (aparecer de repente, sem gatilho) ou responsivo (surgir quando algo desperta o corpo — um toque, uma palavra, uma situação).
No climatério e na maturidade, o desejo espontâneo tende a dar espaço ao responsivo. Isso não significa “perda”, mas mudança de rota. O corpo continua a desejar, só que de outro jeito.

Prazer: presença sensorial
O prazer é a experiência em si. É sentir — no corpo, no instante. Pode vir de uma carícia, de um movimento, de uma respiração.
Ele não depende de uma libido intensa nem de um desejo espontâneo. Exige apenas duas chaves: atenção e permissão. Quando a mulher entende isso, descobre que o prazer não foi embora — apenas pede outras formas de ser acessado.

Nomear é libertar
Confundir libido, desejo e prazer gera frustração. Quantas vezes se ouve “minha libido sumiu”? Quando, na verdade, o que mudou foi a maneira de acessar o desejo, ou a rota pela qual o prazer se manifesta.
Quando se nomeia cada um desses elementos, a culpa desaparece. O corpo não é falho. Ele está apenas redesenhando sua linguagem sensorial.

Libido é estado. Desejo é direção. Prazer é presença.
Três dimensões diferentes, que não se substituem. Entendê-las é recuperar autonomia e abrir espaço para novas formas de intimidade na maturidade.

Referências citadas:

Rosemary Basson — Women’s Sexual Desire: Disordered or Misunderstood? (2005)

Lori Brotto — Better Sex Through Mindfulness (2018)

Nan Wise — Why Good Sex Matters (2020)

Kelly Casperson — It’s Not Your Libido (2024)

Esther Perel — Inteligência Erótica (2007)

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Foto de Cristiana Bolli

Cristiana Bolli

Especialista em neuroplasticidade aplicada ao corpo feminino, com mais de uma década de estudo e prática clínica, Cristiana criou uma abordagem que integra saúde hormonal, escuta somática e vitalidade sensorial.

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Cristiana Bolli

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