Na menopausa, perimenopausa e pós-menopausa, é comum ouvir mulheres dizendo:
“Meu corpo não responde mais.”

A reação imediata é procurar causas hormonais.
E sim, a queda de estrogênio, testosterona e progesterona provoca efeitos reais no corpo: redução da lubrificação, perda de elasticidade, alterações na vascularização.

Mas, em muitos casos, a explicação é mais complexa: o que acontece não é só hormonal — é um descompasso sensorial.

É quando a mente ainda deseja, mas o corpo não acompanha.

  • O toque parece neutro.
  • O beijo não provoca resposta.
  • O estímulo chega, mas não gera excitação.
  • O desejo existe — mas a sensação não vem.

É como se corpo e cérebro estivessem operando em fusos horários diferentes.
O que antes provocava prazer agora passa quase despercebido — ou até incomoda.

Isso não significa que o corpo perdeu sua capacidade de sentir.
Significa que ele está reorganizando suas prioridades.

O que acontece no sistema nervoso?

O que muda não é só o nível hormonal — é o modo como o sistema sensorial responde.

Durante a transição hormonal, o sistema nervoso central entra em estado de alerta constante, interpretando as mudanças internas e externas como fatores de risco.
Em estado de alerta, o cérebro economiza energia e silencia os sinais sensoriais.

  • As conexões entre pele, nervos e cérebro ficam menos responsivas.
  • O prazer deixa de ser prioridade — o foco passa a ser manter o funcionamento básico.

Esse desligamento não é defeito. É estratégia de proteção.
Mas ele pode ser revertido.

Como reverter o descompasso

É possível ensinar ao corpo que ele está seguro.
Não com esforço ou técnicas genéricas — mas com estratégias específicas, neuroprotetivas e sensoriais.

Isso ativa o sistema de recompensa, reabre rotas de prazer e reconstrói a resposta física de forma saudável.

  • Estímulos bem dosados, com tempo e intenção, reorganizam as conexões neurais.
    • Toques específicos, ambientes reguladores, sons e aromas certos podem reconectar sensações.
    • E, principalmente: sem urgência, sem cobrança, sem expectativa de desempenho.

 

O que pode ajudar

  • Explorar novos tipos de estímulo: pressões variadas, temperaturas, sons, texturas.

  • Dar mais tempo de resposta: o corpo funciona em outro ritmo.

  • Envolver o corpo todo: braços, costas, couro cabeludo.

  • Reduzir estresse: altos níveis de cortisol bloqueiam a resposta ao prazer.

Não é que o corpo não sente mais.
É que ele precisa reaprender a traduzir os estímulos — com uma nova linguagem, mais adaptada à fase que você vive hoje.

 

A falta de resposta física não é um fim — é um sinal.

Seu sistema nervoso está operando em modo de proteção.
Mas com as condições certas, ele pode acessar uma nova inteligência sensorial — mais refinada, mais estável e mais verdadeira.

Se quiser descobrir como isso pode ser estruturado de forma clara, sem fórmulas prontas:
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Menopausa não é ausência.
É mudança.
E pode ser o início de uma nova intimidade — mais lúcida, mais sua.

Referências Bibliográficas

  • Mosconi, Lisa.
    The XX Brain: The Groundbreaking Science Empowering Women to Maximize Cognitive Health and Prevent Alzheimer’s Disease.
  • Levine, Peter.
    Waking the Tiger: Healing Trauma.
  • Doidge, Norman.
    O cérebro que se transforma. Rio de Janeiro: Record, 2007.
  • Kasperson, Kelly M.D.
    You Are Not Broken: Stop “Shoulding” All Over Your Sex Life.
  • Basson, Rosemary.
    Women’s Sexual Desire: Disordered or Misunderstood? Journal of Sex & Marital Therapy, 31(sup1), 29–38.
  • Sobre Sexological Bodywork:
    Body to Brain: A Guide to Somatic Sex Education – Caffyn Jesse (2022)

 

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