Na menopausa, perimenopausa ou pós-menopausa, muitas mulheres percebem que o corpo “não responde” como antes.
O toque que funcionava.
O beijo certo na hora certa.
O caminho previsível até o prazer.
De repente, nada disso parece fazer efeito.
E a resposta automática é insistir.
Mais intensidade.
Mais pressão.
Mais tempo.
Mas, ao contrário do que parece, esse “mais” pode ser exatamente o que desconecta ainda mais.
O que o corpo precisa não é quantidade de estímulo.
É clareza no estímulo.
E pra isso, é preciso reaprender a sentir.
O corpo não resiste por teimosia.
Ele se protege por segurança.
Quando os estímulos chegam de forma repetida, igual, ou intensa demais, o sistema nervoso entra em modo de economia.
É o que a neurociência chama de adaptação sensorial.
Mas no caso da menopausa, essa adaptação é mais sensível:
há alterações hormonais, mudanças na condução nervosa, variações no humor e no tônus.
E mais do que isso:
você mudou.
Seu corpo, seu tempo, seu ritmo, sua disponibilidade.
Não se trata de rejeitar o toque.
Mas de ainda não reconhecer o toque certo.
Estímulo é necessário, sim. Mas não qualquer estímulo.
O desejo, nessa fase, quase nunca é espontâneo.
Se você esperar por ele como antes, pode esperar por dias, semanas… e nada virá.
Mas quando você é estimulada do jeito certo — com respeito ao tempo, ao tipo de toque, ao ritmo que seu corpo atual precisa —, o desejo aparece.
Ele não some. Ele se reorganiza.
Por onde começar?
O primeiro passo é reconhecer que seu corpo está fechado por proteção, não por falha.
Ele se contrai porque não reconhece o estímulo como seguro, ou como relevante.
É por isso que mais do mesmo não funciona.
O caminho que eu proponho é sensorial —
mas não é aleatório, nem performático.
É uma metodologia viva, com linguagem clara, com ritmos, pausas, contrastes e qualidades que reabrem as portas da percepção.
São quatro tipos de toque.
Quatro estímulos.
Quatro posições.
Quatro qualidades.
Como uma sinfonia.
Não é Belchior o tempo todo.
Tem início, pausa, surpresa, repetição, e presença.
E quando isso é feito com consciência, o corpo volta a sentir.
Com mais potência do que antes.
Com menos medo.
Com mais liberdade.
Referências bibliográficas