Quando se fala em climaterio, menopausa, e pos menopausa,  o discurso mais comum ainda gira em torno da perda: de hormônios, de energia, de fertilidade, de libido.

Mas há um ponto raramente abordado — e que muda tudo na forma como atravessamos essa fase:

O prazer também é neuroplástico.
Ele pode ser reconfigurado, reaprofundado e sustentado — mesmo em um corpo em transição.

O que muda no corpo não é defeito. É adaptação.

Durante a peri e a pós-menopausa, o sistema nervoso reorganiza suas prioridades.
A queda hormonal afeta a lubrificação, a vascularização e a transmissão de estímulos.
Circuitos e estímulos antigos de prazer — que antes respondiam “no automático” — podem enfraquecer ou desaparecer.

Mas isso não significa perda definitiva. Significa que o caminho precisa ser outro.

E o cérebro, quando bem estimulado, sabe exatamente como criar novos acessos pelo corpo e vice- versa.

O que a ciência confirma

Estudos sobre neuroplasticidade mostram que o cérebro é capaz de reaprender funções mesmo após traumas, cirurgias ou longos períodos de dormência.
Funções motoras, linguagem, memória — tudo isso pode ser reconstruído com estímulos corretos.

No campo do prazer, o princípio é o mesmo:
Não se trata de voltar ao que era antes.
Trata-se de estruturar uma nova rota, mais ajustada ao corpo de agora — com mais presença, nuance e verdade.

Por onde o novo prazer começa

Na minha abordagem, o prazer na menopausa é cultivado em três etapas:

  1. Desbloquear: criar espaço sensorial ( permissão) , com segurança e precisão, sem dramas.

  2. Expandir: experimentar novas zonas, qualidades de toque e caminhos de excitação. Práticas neuroprotetivas.

  3. Sustentar: transformar descoberta em prática — e prática em repertório. Para consolidar e instalar de vez no seu cérebro , corpo e dia a dia.

Não é uma busca pelo “corpo de antes”.
É a construção de uma intimidade mais afinada com quem você é agora.

Esse prazer pode ser mais leve ou mais denso.
Mais imediato ou mais lento.
Mas sempre sob medida, autêntico.

Não acabou. 

Muitas mulheres acreditam que “não sentem mais nada”.
Mas, na verdade, o que houve foi uma mudança nas rotas — e uma ausência de orientação sensorial adequada para reconhecer os novos sinais.

O prazer existe.
O corpo responde.
E o cérebro aprende — quando você oferece a ele as condições certas.

A menopausa não marca o fim da vida sensorial.
Ela pede outro caminho — mais inteligente, mais presente, seu.

Se quiser descobrir como esse caminho pode ser estruturado na sua realidade:

Referências Bibliográficas

  • Doidge, Norman (2007). O cérebro que se transforma. Rio de Janeiro: Record.
  • Kasperson, Kelly M.D. (2022). You Are Not Broken: Stop “Shoulding” All Over Your Sex Life.
  • Haver, Mary Claire (2023). The New Menopause: Navigating Your Path Through Hormonal Change with Purpose, Power, and Facts.
  • Basson, Rosemary (2005). Women’s sexual desire: Disordered or misunderstood? Journal of Sex & Marital Therapy, 31(sup1), 29–38.
  • Meston, C. & Buss, D. (2007). Why Humans Have Sex. Archives of Sexual Behavior, 36(4), 477–507.

 

Foto de Cristiana Bolli

Cristiana Bolli

Especialista em neuroplasticidade aplicada ao corpo feminino, com mais de uma década de estudo e prática clínica, Cristiana criou uma abordagem que integra saúde hormonal, escuta somática e vitalidade sensorial.

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Especialista em neuroplasticidade aplicada ao corpo feminino, com mais de uma década de estudo e prática clínica, Cristiana criou uma abordagem que integra saúde hormonal, escuta somática e vitalidade sensorial.

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